Transtorno Bipolar
Como categorizado pelo DSM-IV e pelo CID-10, o transtorno bipolar ou distúrbio bipolar é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, hiperatividade e grande imaginação, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para conceber e realizar idéias, e ansiedade ou tristeza. Juntos estes sintomas são comumente conhecidos como depressão maníaca.
História
A depressão maníaca foi inicialmente descrita em fins do século XIX pelo psiquiatra Emil Kraepelin, que publicou seu conhecimento da doença em seu Textbook of Psychiatry. Existem dois tipos principais do distúrbio bipolar: com predomínio de depressão (tipo II) e com predomínio de mania (tipo I).
Introdução
O
transtorno bipolar do humor, também conhecido como distúrbio bipolar, é
uma doença caracterizada por episódios repetidos, ou alternados, de
mania e depressão.
Uma pessoa com transtorno bipolar está sujeita a episódios de extrema
alegria, euforia e humor excessivamente elevado (hipomania ou mania), e
também a episódios de humor muito baixo e desespero (depressão). Entre
os episódios, é comum que passe por períodos de normalidade.[1][2]
Deve-se
ter em conta que este distúrbio não consiste apenas de meros "altos e
baixos". Altos e baixos são experimentados por praticamente qualquer
pessoa, e não constituem um distúrbio. As mudanças de humor do distúrbio
bipolar são mais extremas que aquelas experimentadas pelas demais
pessoas. Veja ciclotimia para uma versão moderada deste distúrbio.
O
doente de distúrbio bipolar é também comumente chamado de
"maníaco-depressivo" por leigos (e por alguns psiquiatras do século
vinte), entretanto, este uso não é popular atualmente entre os
psiquiatras, que padronizaram o uso de Kraepelin do termo depressão maníaca para descrever o espectro bipolar como um todo, que inclui tanto o distúrbio bipolar como a depressão; eles agora utilizam distúrbio bipolar para descrever a forma bipolar da depressão maníaca.[3]
A
natureza e duração dos episódios variam grandemente de uma pessoa para
outra, tanto em intensidade quanto em duração. No caso grave, pode haver
risco pessoal e material.
A
doença pode se manifestar em crianças, porém talvez pela dificuldade em
identificá-la, se manifesta em grande parte em adultos, por volta dos
15 a 25 anos.[1][2]
Euforia e depressão
O paciente de bipolaridade pode chegar ao extremo da depressão seguida de suicídio e, no outro extremo, a euforia de tentar escrever um livro num só dia, por exemplo.
Euforia
Saber
lidar com as situações extremas é quase decisivo e a maior dificuldade:
o bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado. Quando percebe,
recusa-se a aceitar o fato, e pior, tanto num caso quanto no outro,
gosta de estar eufórico. Resiste firmemente a tomar medicamentos; abusa
de drogas e álcool; gasta suas finanças de forma descontrolada; torna-se
impulsivo, irascível, promíscuo e inconsequente. O senso crítico e
moral podem ficar seriamente comprometidos nesta fase da doença.
Principais sintomas
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Como identificar o humor
A
empolgação para comer a pizza no sábado à noite pode ser um sinal de
variação de humor. Brigas com amigos e melancolia podem ser fortes
indícios. Estes sinais não estão ligados a fatores externos. A pessoa
que tem Bipolaridade mescla, de 8 a 80, desânimo, tristeza, ansiedade,
falta de sono e de prazer, com euforia, agitação, agressividade,
explosividade, aumento de riscos e gastos, impulsividade e distração,
entre outros sintomas.
O
bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado. Quando percebe, é
comum recusar-se a aceitar o fato. Nem sempre os sintomas maníacos ou
depressivos são bem claros. Até quem convive com um bipolar sente
dificuldades em distinguir uma aflição comum de uma depressão, ou uma
alegria de uma euforia.
A
natureza e duração dos episódios varia muito de uma pessoa para outra,
tanto em intensidade quanto em duração. Entre os episódios, é comum que
passe por períodos de normalidade.
A
doença é de difícil diagnóstico, mesmo para profissionais da saúde que
acompanhem há um longo tempo o paciente. Porém, após diagnóstico
positivo do TBH (Transtorno Bipolar do Humor), entra a segunda parte, a
mais difícil, com o paciente que pode estar incapacitado e seus
familiares, saber se está ou não em surto, é uma dificuldade constante
para o portador de TBH. A preocupação por amplos setores da saúde e da
sociedade em geral, em especial a saúde mental, é o de garantir o
bem-estar dos portadores do transtorno, e impedir a incapacitação dos
"doentes".
Com a implantação dos hospitais-dia,
reuniões com parentes e pacientes, a evolução está sendo suprida. O
paciente deveria ser o maior sabedor das coisas que envolvem a doença
para conseguir controlá-la.
O
individuo deprimido em geral se sente abatido, quieto e triste. Pode
dormir muito, como uma fuga do convívio, reclamar de cansaço em tarefas
simples como escovar os dentes, apresentar traços de baixa auto-estima e
de sentimentos de inferioridade. Demonstra pouco interesse pelos
acontecimentos e coisas e pode se isolar da família e amigos.
O
indivíduo pode se sentir, nesta fase, culpado por erros do passado, e
fracassos em sua vida e de seus familiares. Pode haver irritabilidade,
lamentos, e auto-recriminação.
Pode
haver um distúrbio do apetite, tanto para aumentá-lo, como para
diminuí-lo. O deprimido pode apresentar queda na sua imunidade, o que o
deixa mais predisposto a contrair doenças. Em alguns casos a depressão
pode se manifestar de forma psicossomática, e o indivíduo pode
apresentar algumas doenças de causa psicológica, que normalmente se
caracterizam por dores pelo corpo ou cabeça.
Há uma queda da libido e o indivíduo se afasta de seu companheiro, se o possuir.
É
comum nesta fase pensamentos suicidas, uma vez que o indivíduo se sente
mal em sua vida e sem energia para mudá-la. A conseqüência mais grave
de uma depressão pode ser a concretização do suicídio.
Na
fase eufórica o indivíduo pode apresentar sentimentos de grandiosidade,
poderes além dos que possui e grande entusiasmo. O indivíduo passa a
dormir pouco, tornar-se agitado.
Pode falar muito, ter muitas idéias ao mesmo tempo.
Há uma alteração na libido e o indivíduo tem um aumento do desejo sexual.
O indivíduo perde a inibição social, podendo passar por situações vexatórias por falta de senso crítico.
Nesta
fase é comum os indivíduos se endividarem ou perderem muito dinheiro,
comprometendo até bens de família. Durante os delírios de grandeza os
gastos são muito acima do que sua realidade permitiria. Devido ao grande
otimismo, é possível que o indivíduo empreste dinheiro a pessoas a quem
mal conhece, e que podem estar aproveitando-se da situação.
São
comuns manias como perseguição, realização de sonhos (reformas,
viagens, compras) que a primeira vista podem até parecer normais.
No tipo de THB com surtos psicóticos, é comum nesta fase que o paciente tenha alucinações e delírios de grandeza.
Tratamento
O distúrbio bipolar é uma patologia
que acomete cerca de 1,6% da população hoje em dia. No entanto, hoje é
tratável. As alarmantes trocas bruscas de humor, todavia, podem ser
controladas pelos medicamentos conhecidos. O tratamento com carbonato de lítio
é o mais antigo e ainda em uso, e hoje há significativos progressos no
estudo de novos tratamentos com poucas, mas significativas novas
medicações introduzidas na medicina nos últimos tempos. O lítio induz a
uma série de efeitos adversos e, por isso mesmo, precisa ser dosada sua
concentração no sangue periodicamente. O tratamento moderno de
transtorno bipolar é feito sem lítio, com uso contínuo de olanzapina ou
quetiapina.
Equivocada é a idéia de que a bipolaridade seria estar hiper contente pela manhã, triste à noite
e com um sentimento médio à tarde. Tal idéia não traduz a bipolaridade.
Na verdade a bipolaridade pode vir a se manifestar nos dois pólos da
doença: depressão e mania. Hoje há remédios de última geração que
controlam com sucesso qualquer alteração de humor para esses dois pólos
da doença.
Com
o uso de medicamentos adequados e de apoio psicológico, é perfeitamente
possível atravessar períodos indefinidamente longos de saúde e ter vida
plena.[6][7]
O
tratamento exige acompanhamento profissional, o uso fiel e bem
monitorado dos medicamentos adequados e o comprometimento do paciente em
buscar para si uma vida melhor. O apoio e a compreensão da família ou
de amigos chegados são de grande valia ao doente.
Terapia ocupacional
A partir de conceitos do CID-10 o tratamento da bipolaridade não só trocou de nome (PMD - Psicose Maníaco-Depressiva) do CID X mas, também há precoce tratamento aos pacientes crônicos em hospitais-dia, onde se fazem terapias ocupacionais durante o dia e, à noite, os pacientes voltam ao convívio de suas famílias.
Se
só o nome desse transtorno já assustava, imagine a situação em que o
bipolar comunica sua patologia a um leigo dizendo que tem "psicose maníaco-depressiva". Ao ouvir esses termos, seu interlocutor pensará que é um louco sem controle.
São pessoas úteis à comunidade em que vivem, mas que podem ser marginalizadas pela patologia
que apresentam. Se bem tratados e acompanhados psicologicamente mais de
perto, vivem uma vida normal e têm, ainda, a possibilidade de render
mais em certos setores.
Como controlar
Regularmente[7]
- Acompanhamento médico e psicoterápico
- Uso da medicação prescrita conforme recomendação médica.
- O uso da medicação é particularmente importante porque é muito comum o paciente de bipolaridade interromper a terapia medicamentosa. A interrupção no uso do medicamento recomendado, via de regra, desencadeia novos episódios da conduta característica a essa condição: estados de depressão mais intensa e maior exaltação na euforia
- Restrição ao uso de álcool, drogas e cafeína
- Vida saudável com horas de sono suficientes e em horário regular, alimentação equilibrada e atividade física adequada